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"Coup de Chaud" (Onda de Calor) de Raphaël Jacoulot |
Exibido no festival de Turin 2015 e selecionado para a mostra do 6º My French Filme Festival, o filme “Onda de Calor” mostra-se um filme que surpreende pela reflexão e não pela narrativa em si, afinal o que se espera de uma história que tem como mote principal um “Quem Matou?” ?, contudo o que encontramos é uma melancólica reflexão sobre a intolerância e isso é o ponto forte do filme.
A história narra vida de alguns habitantes numa cidadezinha aparentemente tranquila, até que a vida quotidiana é perturbada por Josef Bousou: Filho de sucateiros e conhecido encrenqueiro. Por essa fama este é apontado pelas pessoas das cidades como a razão principal de todas as suas desgraças até o dia em que é encontrado morto no quintal de sua família.
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Karim Leckou (Josef Bousou) |
A sinopse é inteiramente interessante e o resultado final irá oferecer uma investigação, o velho flashback para mostrar os suspeitos, tem o clássico de uma investigação. Porém falha ao se tornar um tanto óbvio a resposta para o crime, afinal existe uma única história nos habitantes daquela cidade que não se encaixa. Desta forma e que percebo que a grande essência da trama é mostrar o quanto as pessoas daquela cidade são intolerantes.
Você pode pensar, mas porque intolerância? O sujeito não merecia morrer afinal? A resposta para esta pergunta é decerto spoileré, porém ao longo de toda a exibição percebemos que o personagem tem problemas mentais claros, hiperativo, depressivo, melancólico, esquizofrênico. Não há em nenhum momento provas concretas para incriminá-lo de nada. A narrativa deixa isso explicito, você se revolta ao saber que ele morreu e se revolta com as pessoas. Aí sim, ao final temos uma ode a tolerância e ao respeito promovido pelas extremidades: Jovens e os mais velhos.
Dois atores se destacam e praticamente levam o filme nas costas, eles são os responsáveis para gerar em você toda a expectativa. Karim Leklou (Bousou) interpreta excelentemente seu papel e mostra toda a angustia, loucura e inocência peculiar do personagem, assim como a atriz Carole Franck, responsável pelas melhores cenas e diálogos do filme ao lado de Krim Leklou, que interpreta uma mulher forte e um tanto injusta.
Assim sendo, o filme possui uma
introdução lenta e calma demais que vai se intensificando até chegar ao seu clímax
surpreendente por um lado e decepcionante pelo outro. O filme conta um boa
história de forma razoável.
Esta resenha faz parte da cobertura do evento.
Confira os primeiros posts aqui #MFFF2016
Por Jônatas Amaral
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