[RESENHA] "ASSASSIN'S CREED" (2017)


De imediato, ressalto, que não sou um Gamer, longe disso. Desta forma, a minha opinião sobre este filme não levará em conta os jogos, nem mesmo se é um filme com excelentes fã-services, afinal eu não teria como saber. Logo, se por ventura eu disser alguma besteira, me desculpem e me corrijam.

"Assassin's Creed" é a adaptação para cinema da grande franquia de jogos produzida pela Ubisoft. O filme conta a história de Callum (Michael Fassbender) que descobre ser descendente de uma sociedade secreta, Os Assassinos, logo depois de ser "sequestrado" por uma empresa e ser submetido a uma nova tecnologia que permite reviver as memórias de um ancestral. Neste caso, Callum tem Aguillar, assassino espanhol que viveu na Espanha no século XV, como o principal ancestral, e segundo a empresa este foi o último homem a ter acesso a "maçã do éden". Callum é utilizado para descobrir onde está esta ferramenta tão importante.

Logo, no inicio do filme sabemos que existe uma guerra entre o Credo dos Assassinos e os Templários, que possuem visões diferentes da forma como o mundo deve ser guiado, veja:

Créditos: Site Adoro Cinema
Essa divisão de ideias é um dos pontos que de fato me chamaram a atenção durante o filme, mas que nunca é deixada tão clara. Esses momentos em que temos filosofias distintas sendo chocadas e as cenas de batalha são as melhores coisas do filme.

O principal conceito discutido aqui é a visão de liberdade e livre arbítrio que tem como símbolo a própria maçã do éden que, pelo que entendi, é capaz de eliminar o livre arbítrio e fazer com que a sociedade viva sob domínio de uma regra única.  Uma das frases bases do credo dos assassinos é interessante por envolver uma ideia complexa e até impactante:

"Enquanto os homens cegamente seguem a verdade,lembre-se: nada é verdade.Enquanto os homens se limitam pela lei e pela moral, lembre-se: tudo é permitido." 
Questões de ideologias de governo e religião se fazem presentes, tendo uma voz sutil que vez ou outra acaba sendo ofuscada pelas descrições constantes da tecnologia "Animus". Fico imaginando de que forma isso é abordado na história dos jogos. O período histórico em que se passa as memórias de Cal é bem propicio para se ter algo bem amplo, no que diz respeito ao tema, e bonito esteticamente. A Espanha do séc. XV é recriada de forma bem legal e com um efeito de contraluz e fumaça que torna tudo muito misterioso e perigoso visualmente. Já no presente o tom frio em constaste com fumaça, também é legal.

Assim, chego ao ponto baixo do filme. Passamos mais tempo no presente do que no passado, e tanto em um quanto em outro não temos nenhum desenvolvimento de personagens. O Callum é o único que detém um desenvolvimento digno. Drª Sophia (Marion Cottilard) é uma personagem interessante, mas suas motivações são estranhas, terminando num desfecho meio sem nexo, em minha opinião, contudo isto é culpa da falta de desenvolvimento dela no roteiro. Durante todo o filme, ela parece ser alguém presa ao seu passado, utilizando-se da ciência para suprir algo e, em um segundo de cena, parece dar entender uma situação que fica em aberto.

O desfecho é legalzinho, porém ainda acredito que a Espanha do séc. XV é muito mais interessante. Fiquei constantemente com essa sensação de que era no passado que devíamos estar prestando atenção e não no presente.

Ao final do filme cheguei a algumas conclusões: O filme parece não ter tido muita grana a ser investido, contudo a direção soube fazer escolhas interessantes de efeitos para suprir isto, o efeito de sombra e fumaça é um deles. O Fassbender faz um bom trabalho, convence e parece estar bem entregue ao trabalho. E, por fim, uma continuação é bem-vinda, afinal o filme tem muitos ganchos interessantes. Contudo, muitas vezes, o que sustenta um filme é a força de seus personagens, se estes não forem bem desenvolvidos não há empatia, logo a história pode estar fadada ao esquecimento.

Antes de finalizar, quero destacar as cenas de ação que são bem coreografadas e bem filmadas, nos apresentando cenas bem legais de assistir.

Por fim, o filme tem alguns problemas, mas é divertido de assistir. Espero que haja uma continuação para resolver, quem sabe, os problemas de roteiro presentes. As escolhas visuais são legais e deixo uma pergunta: Porque sempre aparece um pássaro nas cenas de transição e na cena dele com o pai? Isso é recorrente, se alguém souber me explicar, deixe nos comentários.

Por Jônatas Amaral

 Você já assistiu o filme? O que achou? Deixe seu comentário.

HOJE NOS CINEMAS!

Trailer:


Comentários