Lembro-me bem de quando uma fita VHS chegou trazendo uma cópia do filme Tarzan. Isso foi mais ou menos em 2000, um ano, talvez, depois de ser exibido nos cinemas. Desde então, Tarzan sempre esteve no meu rol de filmes preferidos. E conforme o tempo foi passando isso se aprofundou. Claro, hoje eu não vejo “Tarzan” da mesma forma que vi quando tinha 5 anos, mas é impressionante como ele ainda é atual como muitas animações não conseguem ser.
Este Filme da Disney, em minha opinião, é uma das melhores adaptações do clássico de Edgar Rice Burroughs. Primeiramente por ousar em modificar o que precisava ser modificado, para que a história fosse coerente. Por exemplo, trocar o gorila que matou os pais de Tarzan no livro, por um leopardo. Pois, na época que o livro foi escrito se tinha uma visão que os gorilas eram muito violentos, então para dar outro ar e oferecer uma visão mais realista a trama, houve essa troca. Essa mudança foi muito bem vinda e muito bem feita. Pois, deu ao filme algumas sequências fantásticas e clássicas.
Basicamente, a história gira em torno de Tarzan e o conflito entre o que ele conheceu a vida toda e o mundo novo, que seria o mundo humano, que ele passa conhecer com a chegada de Jane. Esse conflito de não ser aceito pelo “pai” que seria Kerchak, o chefe do grupo de gorilas. Esta trama é muito bem construída e de uma forma muito delicada e bem pensada. O que marca essa ideia muito bem é aquela clássica cena onde Tarzan junta as mãos com as de Jane, da mesma forma que a mãe lhe fez logo no inicio da história. Essa cena das mãos se unindo persiste o filme inteiro, como uma forma de mostrar que a vida selvagem e a vida humana precisam estar unidas em harmonia. Somos parte de um único corpo.
Tarzan é uma animação que trouxe inovação. Para este filme foi criada uma tecnologia diferente para que se pudessem misturar os desenhos tradicionais, feitos a mão, e os cenários feitos por computação gráfica a dar uma sensação diferente para o telespectador. Esse efeito durante o filme é bastante visível e muito bem feito. Isto oferece para o filme uma qualidade que poucos filmes recentes de animação conseguem: gerar cenas que não importa se você seja criança, adulto, você vai parar e vai olhar. É um filme que pede para ser visto. Afinal, quem consegue tirar os olhos da tela quando esta acontecendo a evolução de Tarzan para fase adulta, com aquela fantástica música de Phil Collins; ou na sequência incrível onde Tarzan enfrenta o leopardo que matou seus pais, mesmo sem ele saber disso; ou mesmo quando Jane vê os gorilas no acampamento. A ação é tão bem construída, o suspense, o romance, a evolução dos personagens é muito bem dosada, o que faz com que quando o filme termine você se sinta em um estado de extrema contemplação e vontade de não sair da frente da tela.
Esta imagem é um exemplo da nova tecnologia. |
Outro ponto forte desta obra cinematográfica é a trilha sonora, que foi composta por Phil Collins. A trilha sonora oferece ao filme todo ar de aventura que o filme propõe. A trilha está extremamente ligada a narrativa, ela se mistura com o contexto da cena fazendo otimamente o seu papel. Emocionando, fazendo cantar, se divertir. A Canção “Grande homem” é um exemplo disso, esta canção mostra a evolução de Tarzan e é fantástica a forma como ela é delineada em cada cena até o ápice. Confira abaixo e me diga o que acha?
A canção “You’ll be my heart” ou “No meu coração você vai sempre estar” é um das melhores canções já composta para o cinema. É linda, é diferente, é emocionante. Na voz de Phil Collins teve toda uma doçura do momento no filme e em muitos fora do cinema. Afinal, esta canção vencedora do Oscar, ainda é marcante para muitas vidas, inclusive para este que vos escreve. Essa canção é a minha preferida de todo o filme, por sua mensagem e pelo que oferece a nossos ouvidos e alma.
Claro, não podemos esquecer-nos de “Estranhos como eu” que tem todo um significado, assim como a canção dos gorilas, que é super divertida. Além da canção “Two Worlds“ ou “Dois Mundos” que dá inicio ao filme e mostra justamente o grande mote da história, o grande conflito do personagem.
Os personagens são bastante carismáticos, logo são personagens inesquecíveis. Jane é uma das melhores mocinhas dos filmes de animação. Cleyton é um vilão realista. Terk é um primor de comédia, quem não se lembra da versão em português, quando ela chega e diz “Meus fãs eu cheguei”?. Tantor é um elefante que evolui. E claro Kala, uma personagem que foi muito bem construída, você ama essa personagem por inúmeros motivos. A relação dela com Tarzan é muito forte e isso é transmitido para o telespectador.
Podemos perceber o porquê de esta trama ser muito lembrada. Podemos perceber o porquê do sucesso dela. Porque de a Trilha Sonora ter sido um estrondo mundial de sucesso e aceitação. Entendemos o porquê desses personagens ainda serem lembrados. Percebemos que somos parecidos um pouco com cada um deles, pensamos e discordamos deles em muitos momentos. Percebemos que temos um mundo recheado de outros mundos e precisamos saber lidar com cada um deles.
Curiosidades
- Phill Collins compôs e cantou todas as canções do filme para a versão em inglês, e também cantou todas as canções em Alemão, para a versão na Alemanha. Em Português, no Brasil, as canções foram interpretadas por Ed Motta e Suely Franco
- Muitos dos sons de animais emitidos por Tarzan foram feitos pelo próprio dublador do personagem Tony Goldwin. Ele também foi elogiado pelos produtores por ser ótimo com mímicas, o que serviu de ajuda aos animadores.
- Para animar a cena em que Tarzan conhece Jane no topo da árvore e olha fixamente para ela, Glen Keane buscou inspiração na vida real. Ele se lembrou de quando segurou sua filha recém-nascida nos braços pela primeira vez, sentindo que podia ver o seu próprio reflexo. Para Keane, essa é a expressão de Tarzan vendo alguém como ele pela primeira vez.
- A cena em que Tarzan recebe seu nome é uma pequena homenagem a BAMBI (1942)
- A cena em que Tarzan recebe seu nome é uma pequena homenagem a BAMBI (1942)
- Os diretores queriam criar uma selva que fosse tão emocionante quanto o personagem principal e que fizesse a platéia sentir como se estivesse junto com Tarzan se balançando entre os cipós. Para alcançar tal objetivo, seria preciso mover os personagens através de espaços tridimensionais, o que levou os técnicos do estúdio a criarem um programa totalmente novo chamado Deep Canvas. O programa cria cenários geométricos dentro do computador, mas que podem ser pintados no mesmo estilo de um cenário tradicional. Os personagens animados a lápis são então inseridos sobre esses cenários digitais. Isso proporciona grandes possibilidades de movimentos de câmera como nunca antes foi possível em animação, criando uma espécie de “pintura em movimento”. Diversas cenas de TARZAN foram criadas utilizando Deep Canvas, como as que vemos o personagem principal surfando pelas árvores e toda a cena final.
- Phil Collins disse que escreveu “You’ll Be In My Heart” para sua filha, mesmo que no filme ela seja interpretada para uma mãe gorila cantando para um menino. A primeira versão da canção foi escrita no dia de Natal em um guardanapo de papel.
oi ^^
ResponderExcluirNossa, eu gostava de Tarzan, mas agora olho com outros olhos esse filme pois você trouxe muita informação que eu desconhecia! Eu na verdade percebi que não sabia nada da história original, nem sabia que não havia sido um leopardo que havia matado os pais dele... o.O a trilha sonora realmente é maravilhosa e mereceu todos os prêmios recebidos! E o casamento entre o desenho e a computação grafica foi perfeito, prefiro muito mais filmes assim do que apenas animações...
tem postagem nova no meu blog
espero sua visita
Hey Dudi!
Olá Dudi,
ExcluirVerdadeiramente pouca gente conhece a obra original de Tarzan, até porque é pouco divulgada, recentemente que vi em uma livraria uma nova edição. e ainda mais porque consideram ela um pouco racista e tal...
Fico feliz de ter levado um pouco de coisas novas para você.
Obrigado,
Até mais!