"OS INCRÍVEIS 2" (The Incredibles 2, 2018): Eu tô muito feliz.



Eu cheguei faz mais ou menos umas duas horas da sessão de "Os incríveis 2" e gostaria de dizer, inicialmente, que estou muito feliz. Valeu a pena esperar. E espero que assim que terminar de ler esse texto, se ainda não foi ver, você corra para o cinema ou para o site do cinema do seu coração e compre seu ingresso e vá aproveitar essa história.

Quando o primeiro filme estreou ainda não havia o Universo Marvel nos cinemas, ainda não havia a tentativa de Universo DC, ainda não havia as transgressões dos filme de anti-heróis. Havia o primeiro "Homem Aranha", por exemplo. Havia filmes esparsos de super heróis. "Os incríveis" vieram oferecendo algo diferente, como diria o crítico Tiago Belloti: dois filmes em um. Um filme de uma família de super heróis e um filme sobre a dinâmica familiar. Era divertido, com uma criatividade visual e de roteiro impecáveis. Era necessário uma continuação. Sim, é raro dizermos isso, mas todo o universo esperava uma continuação dessa história e veio, depois de 14 anos, mas veio. E tudo o que tinha de bom no primeiro está novamente no segundo e ainda oferece um pouco mais.

Eu não sei como uma criança viu esse filme, mas me divertir junto com elas na sala de cinema. E geralmente me incomodo com o movimento constante no cinema, mas dessa vez não. Elas estavam imersas no filme e animadas com ele. Não era uma agitação de "quero ir embora, tá chato"; era um animação genuína produzida por aquilo que elas estavam vendo em tela, que era muito bom. 

Os adolescentes comentaram aquilo que, de fato, era a fraqueza do filme: o vilão. O plano era meio desengonçado e a motivação não fazia sentido. Eu, sinceramente, não liguei. Eu me deixei levar, pois se você racionalizar todo vilão de história de super herói você vai perceber que nem todos tem realmente uma boa motivação ou são muito inteligentes. O ódio e o ego, às vezes, nos cegam. (E lá estou eu tentando colocar um significado filosófico em alguma coisa, e, talvez me contradizendo levando em consideração alguns posts anteriores).

O que quero dizer é que o filme é previsível em diversos aspectos, o vilão não é cem por cento bom, mas oferece grandes momentos. A forma como ele age é muito tensa e muito divertida também. Você sabe quando algo foi bem feito quando você olha para plateia e você encara todo mundo em silêncio, vidrado na tela, com expectativa. É soberbo.

O humor do filme surge naturalmente a partir das situações criadas e identificáveis. Surge das referências (não tenha medo de assistir dublado, você vai se divertir da mesma forma). Assim como se vale da sátira para estabelecer um comentário social, sem ser jogado na sua cara. Faz parte da história, do contexto e se torna engraçado, também. É assim que se faz um alívio cômico, assim que  se faz um filme divertido. Não é só para fazer rir por rir, é para gerar o riso, mas, ao mesmo tempo, ser relevante na sua proposta, no seu tema, fazer refletir se divertindo. A Pixar é, realmente, pós-doutora nisto.


Após sair da sessão, pense por um momento e perceba o quanto foi interessante ver um filme que trata de empoderamento feminino, da inversão de papéis da organização familiar mais comum, sobre o valor da família num filme voltado prioritariamente para o público infantil. E pense mais um pouquinho que milhares de crianças estão assistindo. 


Eu sair feliz do cinema pela qualidade daquilo que eu tinha visto, apesar dos poréns técnicos de roteiro que serão tão evidenciados. Sinceramente, nesse momento a diversão e a forma como ele me divertiu foi o que valeu mais a pena. Será que é pedir muito um "Os incríveis.... 3"? 

 Por Jônatas Amaral.

Comentários

  1. Excelente filme, para adultos e crianças. Tinha escutado muitos elogios e depois de ver devo de dizer que realmente essa animação é excelente e muito criativa, o filme é uma viagem cheia de diversão, emoção e aventura. Adoro os filmes de animação, são muito divertidos, um dos meus preferidos é Lego Ninjago, é um filme maravilhoso em todos os aspectos. É um dos melhores filmes de comédia infantil tem uma grande animação e uma trilha sonora muito bem elaborada. É um filme feito para crianças, mas seguramente vai agradar aos adultos. É para ver uma e outra vez mais. É um filme que sem importar o estado de animo em que você se encontre, irá lhe ajudar a relaxar um pouco .O ritmo da historia é ameno e a mensagem que tem o filme é muito fofa, definitivamente recomendado

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  2. Achei o filme sem o brilho e carisma do original. Houve sim muita publicidade e um sentimento de nostalgia que cativou todos que, assim como eu, assistiram ao primeiro nos cinemas, irem ao cinema. O filme inteiro é previsível e pouco original, bebe quase que na totalidade da formula utilizada no filme passado. Comecemos pelo início: ele parte do mesmo momento em que terminou o original, porém quase desconsiderando os fatos ocorridos naquele. Para relembrarmos, no primeiro filme, a trama inteira pode ser resumida a existência de super-heróis que acabam sofrendo pela burocracia e legislações da modernidade e acabam sendo impedidos de utilizarem seus poderes e passam a viver escondidos e inseridos na sociedade, tudo muda com a oportuno que surge para o Beto (Sr. Incrível) e que acaba por gerar uma sequência de fatos que culminará no surgimento de uma ameaça quase indestrutível para a cidade (Síndrome) e que a faz necessitar novamente de super-heróis, trazendo de volta o prestígio aos mesmos. O segundo filme embora sequencialmente comece onde o outro terminou, inicia exatamente como iniciou o primeiro: a família continua sem dinheiro, passando por dificuldade em inserir-se na sociedade e enfrentando os problemas de viver de maneira anônima, até que *surge uma oportunidade*. O início da história é o mesmo, com a mesma reviravolta e até quase a mesma revelação da identidade do vilão, porém, dessa vez com um roteiro previsível e pouquíssimo original. Fora que, antes, o que eram personagens cativantes e com personalidades próprias se tornaram genéricos, Flecha deixa de ser um garoto agitado e travesso, Violeta deixa de ser uma adolescente buscando independência e com todas aquelas características da adolescência, o Sr. Incrível não ganha destaque, Gelado e Edna não apresentam nada de tão cativante e característicos de suas personalidades, nenhum personagem novo de destaque é apresentando, além da própria vilã e seu irmão que são meros instrumento para o desenvolvimento do arco de revelação final, que infelizmente é bem previsível e passa longe da originalidade das revelações e reviravoltas do filme passado. Enfim, , a única cena de destaque no filme inteiro foi a luta do Zezé contra o gambá, porém, até mesmo essa já não foi tão cômica com a sequência final do 1º filme, onde é relevado a existência dos poderes de Zezé. Enfim, um filme genérico se comparado ao, que pra mim, é um dos melhores filmes da Pixar, merecia um filme muito mais original e cativante.

    No mais, ainda destaco a perda da essência do filme: As interações de uma família de super-heróis, pois os super poderes ainda estão lá, mas o que antes me lembrava bastante uma interação de família, cheia de imperfeições, desentendimentos, mas cômica e unida, agora perdeu totalmente seu contexto e essas relações sequer ganharam relevo no filme. O sentimento do filme de "busca dos tempos dourados" do Beto, da dificuldade de inserção de super-heróis na sociedade contemporânea, de amadurecimento e crescimento dos personagens deram lugar a nada, pois o novo filme sequer traz debates mais relevantes e apresenta mais camadas que o superficial.

    Me dói muito, mas se fosse atribuir uma nota ao filme seria 4/10, espero que não optem por fazer mais sequências, a original já é muito boa e se fosse para fazer algo, deveriam tê-la feito com tanto esmero e qualidade quanto foram todas as sequências de Toy Storie.

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