[ #OSCAR2018 ] "ME CHAME PELO SEU NOME" (CALL ME BY YOUR NAME, 2018): Sinta a atmosfera mudando...


"Me chame pelo seu nome" é um convite para lembrar histórias de amor. Sabe, você pode ter a opinião que for sobre o romance apresentado neste filme, mas nada tira dele a beleza de mostrar o nascimento de um amor platônico e como amadurecemos quando finalmente o conhecemos da forma mais intensa e sensível possível. De imediato posso dizer que este filme me comoveu por duas coisas: 1) Pela sua atmosfera e 2) pelo seu sensível final.

Temos aqui um romance de verão, em algum lugar Itália, ali pelos anos 80. Élio (Timothée Chalamet) empresta todos os anos seu quarto para os visitantes de pós-graduação que passam a temporada ajudando os seus pais universitários. Contudo, a chegada de Oliver (Armie Hammer) faz aquele ser um dos mais inesquecíveis verões da vida do rapaz. Aos poucos um romance vai surgindo entre os dois e, não se engane, esse é um amor vívido de forma intensa.


Quero lembrar-lhe que este é um texto crítico, mas com um quê de subjetividade latente. Assim como quero lembrar-lhe que em alguns momentos comentarei algumas cenas, mas tentarei ao máximo não dar spoilers, caso aconteça, eu avisarei.

Escrevo este texto algumas semanas após ter assistido ao filme e percebo que ele foi sendo digerido aos poucos na minha mente. Achei que seria um filme esquecido facilmente por mim, porém não. Vez ou outra me pego voltando aquele pequeno paraíso na Itália e sentindo aquela sensação de marasmo e do tempo passando devagar. Dessa forma, considero este um dos grandes trunfos do roteiro, direção e direção de arte deste filme: ele te leva para aquela atmosfera, as músicas são suaves e veronescas (se é que essa palavra existe). 

Quando vi o filme pela primeira vez sentir que o filme se arrastava um pouco para chegar onde deveria chegar, agora já repenso isto. Talvez a história devesse se arrastar, precisa-se de um tempo para acontecer. 

Logo que vi o filme, algumas pessoas me perguntaram imediatamente sobre as cenas mais quentes. Sinceramente, por que tudo precisa ser sobre sexo? O filme possui uma sexualidade e uma sensualidade latente, mas ao mesmo tempo não é sobre isso ou pelo menos não é só sobre isto. Acredito que "Call me by your name" seja sobre descobertas, sobre admiração e sobre amor.

Aqui faço um alerta de SPOILER. 


O final do filme pode fazer pensar a algo triste como um amor que não perdurou, mas não que não tenha sido vivido, entende? Todos nós temos aquelas primeiras histórias de amor que talvez não se tornaram casamentos, namoros, mas foram amores que foram vividos. 

Existe uma cena que, justamente dá nome ao filme, em que vejo perfeitamente aquela admiração mútua em deixa transparecer que um quer ser o outro pelo menos por um tempo. Viver a vida do outro por um tempo, porém juntos.

Existe uma outra relação amorosa entre Élio e uma moça que também é definidora e marcante no verão do rapaz. Ou seja, foi um verão definitivamente muito marcante na vida de um rapaz de  17 anos.

O final do filme mostra aquele garoto solitário na frente da lareira, uma das cenas mais tocantes que eu já vi em um filme. Eu me emocionei com toda as sequências finais que vão desde uma conversa linda de Élio com o pai sobre sobre a vida e suas escolhas, até uma ligação de Oliver, até a derradeira cena da fogueira. Timothée Chalamet só por esta cena você já merecia a sua indicação ao Oscar.


Fim do Alerta do spoiler.

Por fim, quero destacar que talvez esse fosse um filme que muitos diriam para eu não ver. Sinceramente, gostei muito assistir esta história ainda que eu não consiga entender determinadas coisas e determinados sentimentos e fantasias expostas no filme, mas ser levado para aquela atmosfera e história por duas horas foi algo belo cinematograficamente.

O filme foi indicado a Quatro Oscars: Melhor Filme, Melhor Ator (Timothée Chalamet), Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original ("Mystery Of Love" by Sufjan Stevens). Acredito que as melhores chances do filme nessa edição esteja nas categorias de roteiro e canção original. Porém, aqui temos quatro indicações justíssimas.

O filme segue em cartaz no Brasil em muitos cinemas. Aos Leitores de Belém, fiquem atentos que o filme entra em cartaz dia 15 de fevereiro no Cine Líbero Luxardo, no Centur.

Por Jônatas Amaral

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