[RESENHA] "CONTO DE NATAL" by CHARLES DICKENS


Ano passado, em uma das minhas visitas ao sebo, encontrei alguns livros muito bons da coleção "biblioteca de ouro da literatura universal", e um desses livros foi o clássico conto de natal que originou muitas adaptações e, hoje em dia, é muito conhecida por tais.

O interessante de ler este livro é que você já conhece todo o padrão da história, e principalmente se você já viu o filme "Os fantasmas de Scrooge" da Disney sabe bem o clima que o livro base detém, diferentemente de outras adaptações que não têm o tom meio assustador que o livro mostra.

O livro foi publicado 1843, escrito para pagar algumas dividas do autor, porém se tornou uma obra imortal e clássica de natal. O conto nos apresenta o velho Ebenezer Scrooge, um velho ranzinza que ama a sua riqueza, e por diversos motivos odeia épocas festivas, principalmente o natal. Certa noite, ele recebe a visita de três fantasmas do natal. Os fantasmas do natal passado, presente e futuro levam este senhor a rever seus conceitos e a ser confrontado com dilemas humanos que todos, muitas vezes, insistem excluir.

O livro é dividido em cinco partes que parecem se tornar mais misteriosas e sombrias, até o seu derradeiro e belo final. Duas partes se destacam por trazer reflexões muito profundas, mesmo num ambiente muito simples. 

O Fantasma do Natal Presente é uma representação marcante da figura de Cristo. Em um dos momentos mais incríveis do encontro, Scrooge faz um questionamento típico do ser humano: "Porque Deus deixa que pessoas tão boas sofram injustiças, fome, morte e tantas outras coisas?". A resposta do fantasma é linda e reflexiva e mexeu muito comigo:

"- Há pessoas neste teu planeta - replicou o Espirito - que afirmam conhecer-nos e que praticam atos violentos, de orgulho, má vontade, inveja, sectarismo o egoismo em nosso nome. Mas, são-nos tão estranhos, a nós e a outros seres como nós, como se nunca tivessem existido. Lembra-te disso e atribui a eles e não a nós esses atos." (P.53)

Esses momentos com o natal presente mostra a felicidade advinda de tão pouco proporcionada pelo Espirito. Scrooge ver um mundo fora de seu umbigo mesquinho, em que proteger sua riqueza é o bem mais precioso.  Vejo o livro como um processo bonito de mudança de um homem indo do superficial ao espiritual, à um encontro de si mesmo, de sua alegria e de encarar que a felicidade não é punhado de dinheiro.

Em outro momento, agora no passado outro questionamento é presente a todo momento. Esse é o momento em que pensamos: "Afinal, é tão ruim almejar ter riquezas?". O que aprendo com esta história é que devemos escolher bem o que irá ter mais espaço em nosso coração. É um pensamento bem cristão: A nossa boca fala do que o coração está cheio. Ebenezer queria ser bem sucedido, mas isto tomou uma proporção tão grande que de si mesmo retirou jóias mais preciosas que qualquer ouro e prata.

O derradeiro futuro é quase difícil de digerir. Como eu reagiria se eu fosse levado a ver a minha lápide, o meu velório? É um momento em que Scrooge ver o sentimentos das pessoas ao seu redor, o que ele transmiti para as pessoas.

Quais sentimentos você têm gerado nas pessoas?

Um outro ponto interessante é a relação de extremos entre Scrooge e seu sobrinho, são opostos um do outro. Mas, é belo como o sobrinho nunca desistiu do tio. É outro momento de pensar: Será que não temos julgado demais, sugerido demais e feito pouco para ajudar as pessoas? Em temos de internet é tão fácil falar, mas fazer exige mais coragem do que apertar letras num teclado.

Esse livro é incrível, já que é tão simples, feito de uma forma tão rápida, com um objetivo simplório, mas que conseguiu ter uma profundidade acessível e imortal. 

O livro está em domínio publico é fácil de encontrar, tanto na sua versão original, quanto nas diversas traduções. Além de ter inúmeras e inúmeras adaptações para TV, cinema, teatro, musicais. Vale muito a pena conferir!

Por Jônatas Amaral

Se você gostou, deixe seu comentário!
Siga o nosso blog, curta a nossa fanpage
E
VAMOS CONVERSAR! 

Comentários