O ROMPER DO NOVO ANO



Ano que vem vai ser diferente, tão diferente quanto foi este que se passou. Afinal não há um dia igual. Dizemos algo diferente, vislumbramos algo peculiar, sentimos o tédio ou alegria de formas diferentes. Há surpresas no meio do caminho que nem sempre são surpreendentemente boas. 

Sendo bem pessoal, o ano que se vai foi de rupturas dentro de mim. O ano foi de rupturas no lugar onde eu vivo. O ano se rompe em seu calendário, e ele continuará a romper com tantas situações, poderes, verdades, mentiras, terras, mares, vidas.

Que bom que as coisas se quebram.

Porque se a confiança nunca se quebrar não saberemos o valor da lealdade. Se amigos nunca brigarem nunca saberão as vantagens de se fazer as pazes e o quão valioso é saber o que incomoda uns aos outros. Que bom que a bolsa de valores quebra porque assim sabemos valorizar e pensar melhor em nossas apostas.

Não digo que as rupturas são momentos felizes e nem sempre são para ser. Elas são um estágio. Elas passam. Elas vêm e se vão como as pessoas numa rua comercial movimentada. Quando escurece só as ruas permanecem. Pessoas vêm e vão, mas são as lembranças, pequenas ruas no nosso cérebro, dessas pessoas que permanecem. Sejam elas boas ou ruins.

Eu nunca queria me decepcionar com os outros ou comigo mesmo. Eu queria que tudo fosse perfeito, mas não é. E isso é belo para nós humanos porque temos o direito ao erro, que nos molda que nos amadurece ou que nos mata. Temos o direito de sermos humanos, da forma que fomos feitos.

Eu amo os amigos que fiz esse ano e você? São eles e as lembranças que cultivei com eles um dos meus presentes deste ano. Alguns estão longe, outros ainda mais perto. Foram 12 meses que não passaram rápido. Faz tanto tempo que não digo isso! Esse ano passou devagar e por mais que não lembremos muita coisa aconteceu. 

Quando o último mês desse ano começou, eu me decepcionei. Quando esse ano começou, eu prometi que seria um ano de recomeço. Quando julho chegou ao fim, relembrei das coisas de 2015. Quando meu aniversário chegou, eu me surpreendi. Quando abril se foi eu me surpreendi. Quando outubro terminou, eu estava triste. Agora que dezembro acabou eu me surpreendi com o tempo e com as coisas que podemos aprender enquanto ele passa. 

Oh Deus! É um novo ano de dúvidas a serem respondidas. É um novo ano de decisões. É um ano que muita coisa vai mudar por conta de todos os términos e começos que ele vai proporcionar. E eu não faço à mínima ideia se estou pronto, mas que se dane. Uma coisa que eu aprendi esse ano foi que não se sentir pronto para algo do futuro é o estado perfeito para sabermos que estamos pronto para o futuro. Afinal, a quem pertence o futuro? A mim? A você? Eu posso controlar o que virá? Não, mas eu posso vivê-lo. Posso escolher com quem viver, posso escolher quem vai me guiar, posso escolher as escolhas.

Eu amo os inícios porque cabe a eles o frescor. E de uma coisa eu sei: o ano que se inicia está recheado de novos inícios e como estou feliz por tudo que começou no ano que se vai e grato pelas coisas que chegaram ao fim. 

Sigo em frente para o alvo: viver.

Por Jônatas Amaral

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