#AGrandeFamilia : Uma Família Unida, Mas Muito Ouriçada!



Agora já deixou saudades.

Todas as quintas-feiras, à noite, a vida ficava um pouco mais feliz. Vinha aquele pagode que duvido que alguém não saiba cantar: “Essa família muito unida e também muito ouriçada, Brigam por qualquer razão, mas acabam pedindo perdão”. Isso é #AGrandeFamília entrando no ar.



Ontem (11/09/2014) esta canção embalou pela última vez as quintas-feiras. Ontem chegou ao fim uma das séries mais longínquas da TV Brasileira. Nada menos que 14 anos no ar. “A Grande Família” entrou no ar dia 29 de março de 2001 e chega ao seu Fim no dia 11 de setembro de 2014. Assim entra para o rol de séries que ficaram mais tempo no ar ao lado de Friends, Grey’s Anatomy, Doctor Who, e a série mais longa da TV Brasileira.

O mais interessante é que esta série chega ao fim com ótima audiência, amor e simpatia do público, críticas super favoráveis, o que é incomum no meio televisivo. O que podemos perceber que se trata de uma decisão conjunta e pensada no momento certo. A grande justificativa seria, já são 14 anos interpretando os meus personagens com a mesma felicidade e brilhantismo, porém a vida necessita de novos desafios, mesmo que seja difícil abandonar algo que amamos, é preciso abrir mão para que outros novos desafios e novas paixões surjam. 

Acredito que esta série ainda tinha muito para dar, mas acabou no momento certo. Da forma certa. Com as pessoas certas. Porque correr o risco de estragar a série, enquanto pode-se terminar de forma brilhante e pra cima? Não vou dizer que a série não teve seus momentos baixos, teve. Mas, a força dela permanecia mesmo com as tribulações. 


Quando foi anunciada que esta 14º temporada seria a última, me veio certa emoção de tristeza, mas também percebi que “verdade, está chegando o ponto final. Esta na hora”. Eu acompanhei a série desde muito pequeno, é ainda uma das minhas séries favoritas e sempre vai ser. Ver uma série acabar, principalmente quando você a ama é muito difícil. Mas, nesta última temporada eles conseguiram unir tudo o que tinha de melhor na série, o humor, o drama, o cotidiano. O não caricato. O Humor do dia-a-dia. O último episódio retratou justamente isso.


Nunca nos esqueceremos do jeito ranzinza, certinho, chato, o chato-engraçado que eu às vezes me identificava, do Lineu Silva (Marco Nanini). Quem vai esquecer da mãe que representou todas as mães do Brasil? Dona Nenê (Marieta Severo, um dos seus mais importantes papeis). 

Bebel (Guta Stresser) e Agostinho (Pedro Cardoso), que casal! Um dos mais engraçados, um dos que mais evolui ao longo da série. Eles começaram namorando, depois o casamento, o sair da casa dos pais, o começar de um novo negócio, formar uma família, ter um filho. Agostinho era o que dava ação a série, suas tramoias davam confusão a trama, é um dos personagens mais icônicos. Tanto é que Pedro Cardoso foi indicado ao Emmy em 2008.

Claro, temos Tuco (Lúcio Mauro Filho), começou um folgado, terminou um folgado mais com responsabilidade agora. O personagem que fazia rir só por estar ali. Por atender um telefone. Emocionar. E quantas namoradas, Marilda (Andréa Beltrão) foi a melhor. Falando nela, por alguns instantes tivemos ela de volta no último episódio, com seu cigarro, com seu “dedo-podre” para homem. Uma personagem que até hoje fica no imaginário. A Cena com Marieta Severo foi emocionante. 


Não podemos esquecer é claro dos amigos, agregados, Paulão (Evandro Mesquita), Mendonça (Tonico Pereira), Abelardo (Marcos Oliveira) o famoso Beiçola, o pastel de camarão, sem camarão e advogado nas horas vagas, além de Norman Bates de vez em quando. Marilda (Andrea Beltrão), Lurdinha (Maria Clara Gueiroz) Gina (Natália do Valle), Pajé Murici (Luís Miranda) e tantos outros que passaram por esse subúrbio agitado de felicidade.


E, também, não podemos esquecer jamais de Floriano um personagem e ator que nos deixou muito cedo. Rogério Cardoso interpretou o grande Seu Flor, pai de Nenê, Sogrão de Lineu. Seu Flor deixou a série em 2003, por conta do inesperado falecimento de Rogério Cardoso. Foi uma grande perda, que deixou muitas saudades. Tanto é que um episódio especial foi gravado para homenagear o ator e o personagem que também faleceu na trama. A comoção foi tanta que aquele episódio chegou a 45 pontos de audiência. Índices de uma novela das nove no auge delas. Deixa saudades até hoje.

A Grande Família trouxe um hino para a família brasileira, que foi a sua vitoriosa abertura, com musica de Tom e Dito, que representava um pouco daquela família e todas as do Brasil. Além disso, da série surgiu um filme de grande sucesso nos cinemas, revelou artista como  o adolescente Vinicius Moreno, o Florianinho.


Pois então, “tudo que é bom, termina um dia para que outras novas boas coisas surjam”, mas podemos sempre dizer, com toda a certeza, queremos sempre catucar com essa família, mesmo que seja só nas lembranças. Vai deixar saudades, mas vai deixar lindas lembranças de boas risadas. Lembranças de que uma grande família é que aquela que apesar de tudo sempre permanece unida.

Catuca Pai, Catuca mãe, Catuca Filha, eu também sou da família e também quero pirraçar. Catuca pai, mãe, filha, Viva “A Grande Família”!

FIM!
Por Jônatas Amaral

Comentários

  1. Assistindo ao último episódio eu me arrependi de não ter feito de "A Grande Família" uma obrigação. Sempre tinha alguma coisa para fazer, então eu não dava atenção necessária ou simplesmente não assistia ao episódio. Mas é de fato uma série inesquecível e vai deixar saudade.
    Acho difícil que alguma série semelhante seja lançada na TV brasileira, apesar de particularmente achar que os últimos anos a série deixou de ser tão incrível quanto no passado, por isso, como você disse, foi o momento ideal de encerrar esse ciclo. Pelo menos ainda estava em alta.

    Abraços,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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