[ Festival de Ópera do Theatro da Paz] "Um Americano em Paris e Blue Monday" de George Gershwin


Ao longo das duas últimas semanas fui apresentado a um novo compositor americano chamado George Gershwin. O compositor responsável por introduzir o Jazz na às obras sinfônicas. Eu confesso que não o conhecia até o domingo passado, quando fui a um concerto na Sala Augusto Meira Filho, em Belém, onde a Orquestra Jovem Vale Música fez um concerto belíssimo por sinal. Ali comecei a conhecer uma obra espetacular.

Na quinta-feira (21/08) fui surpreendido por um convite repentino para assistir o ensaio geral do espetáculo “Um Americano em Pais e Blue Monday – ópera de G. Gershwin” que fez parte do programa de apresentações do atual XIII Festival de Ópera do Theatro da Paz. Também com a Orquestra Jovem Vale Música. Foi a consagração de uma descoberta. Vi a composição misturada com a arte da dança, da interpretação, do cantar. Musicas belíssimas. Sai daquele teatro, naquele dia, extasiado. 

Orquestra Jovem Vale Música, sob Regência do Maestro Miguel Campos
A vida é assim a gente conhece, gostamos e não queremos mais parar de conhecer.

Por isso quero lhes apresentar a seguir as composições apresentadas neste espetáculo. E falar um pouco sobre o que eu mais gostei em cada uma das obras e se possível lhes fazer querer apreciar esta obra tão sensacional.


“Um americano em Paris”


Esta obra nasceu quando Gershwin morava em Paris. Quando ela foi apresentada pela primeira vez foi duramente criticada, mas logo tornou-se uma obra que se fez presente nos repertórios musicas da Europa e nos Estados Unidos.

Elenco do Ballet

O cineasta Vicente Minneli, considerado um dos criadores do moderno musical no cinema. Inspirado pela obra, contou a história na película de mesmo nome, de um soldado americano que resolve ficar em Paris para seguir a sua vocação de pintor, no final da Segunda Guerra Mundial. O filme segue as suas aventuras com dois amigos (um cantor popular e um pianista) e a sua paixão por uma jovem bailarina. 

Abaixo você pode conferir a música que embala o balé.




“Blue Monday”

Depois do intervalo, fui surpreendido por um cenário bem cinematográfico, um bar Nova-iorquino dos anos 20, mais precisamente da região de Harlem - bairro nova-iorquino reduto da comunidade negra. Onde seria contada uma história de paixão, amor, ciúme, de um crime.

Uma peça operística bem curta, certa de 20 a 30 minutos. Onde pude perceber bem a introdução do Jazz dentro da produção sinfônica. Algo bem legal de ver, ouvir, ouso dizer, popular. Você pode ouvir a ópera no vídeo abaixo e conferir do que estamos falando.


A Ópera foi apresentada em Inglês, com legendas no topo, por vezes necessária, outras vezes não, para os não conhecedores da língua. A Música unia as línguas, você entendia a emoção, a reação. Era uma trama engraçada de ver, um conto tragicômico. Que nos transmitia certa moral. Falar do amor ciumento, até onde pode ir?

“Em Belém, com equipe composta basicamente por artistas e técnicos paraenses de elevada capacitação, e ainda, com elenco composto apenas por afrodescendentes, sem subterfúgios ou tinturas, será criada uma atmosfera que pretende ser fiel aos bares suburbanos do Harlem da Nova York dos anos 20”, diz Glaucivan Gurgel, diretor cênico.

O bar, ambientado nos anos 20, ganhou concepção cenográfica de Lília Chaves e Maria Sylvia Nunes. Além da direção cênica, de Glaucivan Gurgel, Blue Monday tem figurinos de Hélio Alvarez, iluminação de Rubens Almeida e visagismo de André Ramos. A elaboração e operação de legendas é de Gilda Maia. A supervisão artística é de Gilberto Chaves e Mauro Wrona.

Para finalizar o espetáculo, fomos agraciados com mais uma homenagem ao compositor. Os cantores interpretaram algumas das mais famosas canções desse compositor americano. Inclusive a canção “Summertime”, canção esta que teve inúmeras versões no mundo afora. Além de canções bem humoradas, românticas, emocionantes e vibrantes. Tudo a base do piano e voz.

Confira "Summertime" na voz de Norah Jones:



Se existe destino, foi ele que me levou a esta obra, tão linda de ouvir, tão sofisticada, mas acessível. Um jazz, um clássico bom de ouvir. De curtir. De colocar nos fones de ouvidos e sair por ai, apreciando a vida.

Compositor George Gershwin

O XIII Festival de Ópera do Theatro Da Paz

O Festival é um grande sucesso há 13 anos em Belém. E já trouxe diversas obras clássicas a cidade. Óperas nunca apresentadas no território paraense. Eu, este que vos escreve, já participou do Festival, participando de uma Ópera, chamada “O Viajante das Lendas Amazônicas”, que foi apresentada entre os de 2007 a 2010. Inclusive no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi um privilégio e um sonho meu realizado.

Este ano serám apresentadas ao público os espetáculos: “Mefistofele” de Arrigo Bolto, “Um Americano em Paris e Blue Monday” de George Gershwin e “Otelo” de Giuseppe Verdi. 

Além de um recital em homenagem aos 150 anos Richard Strauss, um concerto gratuito ao ar livre. As outras óperas possui um preço acessível que varia de R$20,00 a R$ 60,00. É um evento que quem puder não pode perder.

Saiba mais no Site Oficial do Festival: http://festivaldeopera.pa.gov.br/

O Blog Alma Crítica não poderá estar em todos os espetáculos, mas trará informações sobre todos eles, se tudo der certo.

Espero que tenham gostado. Até breve.

Créditos: Site Oficial do Festival
Por Jônatas Amaral

Comentários

  1. Não conhecia o compositor por você citado, mas li tantos elogios sobre ele nesse post que já fui atrás do trabalho dele.
    Bacana o post.

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  2. Tá aí, eu não conhecia, mas depois do seu post eu já me sinto íntima! rs
    Vou procurar mais coisas sobre ele. ^^
    Beijo

    http://canastraliteraria.blogspot.com.br/

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