[RESENHA] “A Seleção” de Kiera Cass

A Escola A Elite Kiera Cass

A seleção é a chance de uma vida para 35 garotas. O prêmio: Ser a nova princesa de Illéa, esposa do Príncipe Maxon.

No futuro os EUA, deram lugar ao Estado Americano da China e mais recentemente ao país Illéa. Um país presidido por um sistema monárquico, dividido em castas. Para certas garotas de classe inferiores é a chance de sair de uma situação de fome e desprezo, ganhando uma nova vida.

Mas para a artista, América Singer, Casta Cinco, está entre as selecionadas é um pesadelo. Ela nunca quis ser princesa. Ir significa deixar Aspen, aquele que ama e que está uma casta abaixo dela. Significa deixar sua família e competir por um homem e uma coroa que ela não quer.

Porém, as circunstâncias levam América a aceitar. Ao conhecer o Príncipe Maxon pessoalmente, contudo, ela começa a repensar o que tinha planejado. América passa a ter sentimentos fortes por Maxon, que acaba sabendo pela boca dela o motivo de ela estar ali. A Seleção não seria tão fácil quanto imaginava América.

“Desde que meu nome fora sorteado, temia me tornar irreconhecível, um ser tão recoberto por camadas de maquiagem e atulhado de joias que eu teria que cavar por semanas até encontrar a mim mesmo. Por ora, eu ainda era América” (pag. 192)

A História criada por Kiera Cass nos leva para um ambiente que varia entre a realidade e o sonho. Neste primeiro livro somos apresentados a vida em Illéa, suas dificuldades e moradores.
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Com grande foco nos personagens, a história contada pelos olhos de América cativa, instiga, faz refletir. É um jogo que envolve sentimentos, talvez um jogo ainda mais cruel psicologicamente, que os mortais. Pois, a elas são oferecidos do bom e do melhor, mas a eliminação significa a rejeição de um sentimento, de uma nova chance de vida. Mas, também é um jogo de interesses políticos como fica claro ao final.

“Ele realmente queria saber: o que faria se ninguém ali passasse de ser uma pessoa que ele pudesse amar? Embora esse não parecesse ser seu maior problema, o príncipe estava mais precocupado em não ser amado.” (pag. 205)

“A Seleção” surpreende em diversos pontos, principalmente na construção do romance entre América e Maxon, dois personagens carismáticos e complexos. Maxon se apresenta de forma simples, mas com toques de sofisticação, afinal ele é um príncipe, porém atípico. Engraçado, Irônico, forte, mas com momentos de fragilidade, se junta ao gênio forte, assim como a fragilidade de América. 

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Cada personagem é único e detém importância. Dos rebeldes aos Reis. Bem desenvolvidos e verossímeis em sua fantasia.

Mas, ninguém pede para nascer perfeito, nem os livros. Talvez exista um ponto falho em “A Seleção”, que estaria no sistema político criado para ambientar a trama, parece algumas vezes forçado. Apesar de ser ele importante para história e seu desenrolar, acredito que se torna desnecessário, da forma como foi apresentado: não aprofundada. Mesmo que, ao longo da narrativa surjam motivos para isso, ainda sim, em determinados momentos acaba tornando-se forçado diante dos outros elementos apresentados na narrativa.

“A Seleção” nos oferece uma visão sobre manipulação de sentimentos. Sobre razão e emoção. Escolhas. Enquanto percebemos em outros títulos do mesmo gênero que ameaça encontra-se de fora para dentro, aqui a situação é contrária. Os sentimentos são o foco.

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The Selection, A Seleção. Autor: Kiera Cass
Editora Companhia das Letras.
Selo Seguinte. 361 páginas.2012

A condução da trama conta com diálogos inteligentes e divertidos, muito bem desenvolvidos. Momentos de monólogos interiores intensos e questionadores, que nos ajudam a entender o coração da protagonista. São poucas as cenas de ação, as que acontecem são merecedoras de destaque. A história chega ao fim nos dando elementos para conduzir o leitor ao próximo volume, que promete nos oferecer um enfoque maior no triângulo amoroso, na briga pela coroa e na relação de Maxon com os pais.

“- Não é brincadeira. Você é bonita demais para seu próprio bem. Quando sair, vamos ter que mandar alguns guardas para acompanhá-la. Nunca sobreviverá sozinha, coitada – Ele gracejou, fingindo pena. 
- Não posso fazer nada – suspirei – Não pedi para nascer perfeita – abanei-me com as mãos para mostra que ser linda era muito cansativo.” (pag. 275)

Não sei qual foi o motivo que me levou a esta trama, mas seja qual for eu agradeço, pois ela me apresentou uma nova paixão literária, além de um personagem a qual me identifiquei demais, além de que uma narrativa que envolve e comove; já possui um lugar cativo no meu peito e sei que tenho sentimentos fortes por ela. Seja qual foi o motivo, “A Seleção” é uma ótima escolha de leitura.


Por Jônatas Amaral

Comentários

  1. Jônatas!
    Você bem sabe a minha... Reserva em ler essa série: o que você mesmo citou, a superficial exploração do universo distópico. Eu, sinceramente, por saber agora da boa elaboração dos protagonistas, do bom plano amoroso criado para o principal da série e de algumas outras características, fiquei realmente com vontade de ler. Vou comprar, sim. Mas ainda me causa alguns comichões nada queridos saber que a parte distópica não foi bem explorada. ^^
    Enfim, lindíssima resenha, como sempre, meu bem! Abração!


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    achouoque.blogspot.com.br

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    1. Olá Breno,
      Bem sei, de fato. Mas aconselho se aventurar por essa história. Acredito que mesmo com essa falha a história é incrível de ler. Muito bem desenvolvida.
      Aconselho muito!

      Jônatas Amaral

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  2. Não tenho tanto interesse na série, mas desde que o livro foi lançado já participei de inúmeras conversas com algumas amigas que são apaixonadas (pela série e pelo mocinho u.u) então entendo bem tudo o que você falou em sua resenha - que ficou ótima, por sinal. Como disse, não tenho tanto interesse, mas se ganhar o exemplar, por exemplo, e tiver a chance de leitura, certamente vou tentar aproveitar ao máximo, principalmente porque a beleza da premissa não pode ser deixada de lado.

    Beijos,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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    1. Olá Ricardo,
      Vejo o livro como uma obra que verdadeiramente não passa despercebida por "n" motivos.
      Quando puder ter a oportunidade ler, acredito que será uma leitura muito agradável!

      Jônatas Amaral

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  3. Taí, depois da sua resenha, eu realmente acredito que seja uma leitura que vai me agradar *_* Mesmo sendo uma série *tô fugindo de séries*, vou colocar na lista dos desejados. Me pareceu uma distopia diferente sim das outras que li e que leio sobre.
    Resenha ótima <3

    Beijos
    http://mon-autre.blogspot.com.br/

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    1. Olá Jennifer,
      Ela é verdadeiramente uma distopia que se difere das outras. Apesar de ter alguns elementos característicos e que encontramos em outras, ela consegue ser original a cada página.
      Aconselho muito como lhe disse. Acredito que você irá gostar muito.

      Jônatas Amaral

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  4. Amei ler esse livro, tanto o primeiro quanto o segundo são excelentes. Estou no aguardo para a terceira e ultima leitura, sendo que eu li a algumas semanas o livro "O príncipe e o guarda", um conto deles, e achei bom. Sempre indico essa trilogia para quem quiser saber mais porque para mim é a melhor.
    Beijos.
    Segue meu blog? Vou seguir o seu também.
    http://mundo-restrito.blogspot.com.br

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    1. Olá Juliete,
      Ainda não li o segundo, mas já estou com ele em mãos para começar.
      Já li o conto "O Principe" e verdadeiramente é uma excelente sugestão de leitura para quem quer mais de "A Seleção", em breve tem resenha dele por aqui.
      Em breve pretendo me dedicar aos outros livros.
      Seguindo seu blog.
      Até mais,
      Volte sempre!

      Jônatas Amaral
      alma-critica.blogspot.com.br

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