[CRÔNICA] AGORA CONSIGO TE ENXERGAR!



Ver não é igual a enxergar.

Você pode estar vendo essas palavras, mas, talvez, enxergando não esteja.

Eu vi “mi amor” durante muito tempo. Eu vi a minha pessoa amada durante meses, anos que parecessem milênios. Vi que tinha cabelos castanhos assim como seus olhos, vi que era genial. Não vi até então o que mais importava.

Olhei em certo dia, não diretamente; Enxerguei primeiramente com a pele, sua mão encostava-se à minha, fazia carinho, um ato amigo na minha visão sem profundidade. 

Percebi que enxergar era o que meu destino pedia. Dizia ele: “- Está ai alguém que precisa fazer parte de você. Está na hora de sair da ponta do iceberg e mergulhar para imensidão”.

É difícil Olhar. Exige cuidado. Cautela. Um olhar? Muda tudo. Olhar para o outro canto da sala me fez ter um problema necessário: Amor.



Pelo visto o destino estava certo, pois os olhos castanhos fixaram-se também nos meus. Nossos olhares transmitiam uma variação entre alegria, medo, desconhecimento, incerteza, prazer, iluminado, certeza.

Timidez.

Eu olho. Desvio. Fico rubro, meu amor também. Minha imagem é refletida naqueles olhos apaixonados. Nos encaramos. Sorrimos. Desviamos. Olhamos. Desviamos ainda com a imagem do outro nos olhos, cada detalhe; Quando eu só via eu não conseguir olhar as qualidades, os terríveis defeitos, as manias lindas, a verdade e a mentiras daquele ser.



Amor. É preciso sentir para saber a confusão (des)organizada que ele é. É preciso sentir para descobrir o quanto é prazeroso não saber lidar com ele. Apenas vê-lo não é enxerga-lo como ele verdadeiramente é. 

Eu já vi nas telas, mas agora olho para aquilo ou alguém que chamo verdadeiramente de amor. Mesmo que seja apenas no interior das palavras que vejo, escrevo, enxergo e sinto.

"Eu renunciei a me reger
Desde o dia em que os olhos pus
No olhar que vi transparecer
no belo espelho que reluz.
Espelho, pois que te vi bem."
(Bernart de Ventadorn)
De Jônatas Amaral 

Comentários

  1. Mais uma vez me vejo sua crônica e fico impressionado pela maneira como você consegue escrever com o coração de forma tão brilhante. Como você disse, "é preciso sentir para descobrir o quanto é prazeroso não saber lidar com ele" e, apesar de tudo, ainda ficar feliz apenas por ter esse sentimento. Isso basta.

    Abraços,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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    1. Muito obrigado Ricardo!
      Fico feliz em saber que minhas palavras tocam e faz as pessoas se verem nelas. É para isso que elas existem.
      E falar sobre amor é lidar com isso. Sentir o amor e tratar com ele esse sentimento prazeroso e instigante.

      Jônatas Amaral

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  2. Fantástico, parabéns!

    Marcelo
    1001-livros.blogspot.com

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