[CRÔNICA] Pessoas vêm, Pessoas vão.



Pessoas vêm, Pessoas vão.

O tempo passa. Pessoas o deixam passar mais rápido. Assim, pessoas vêm, pessoas passam, e voltam a passar. Nunca se sabendo o que se passa dentro do coração da mente brilhante de cada um que vai.

Pessoas vão. Você olha e as deixa ir. Nada faz por elas. Não olha para elas. Quem sabe um abraço? Não, Nem se pensa fazer isso.

Pus o olhar naquele jovem que andava sem rumo, com os pensamentos não se sabe onde. Ele podia ser só mais um que passava se não fosse minha súbita atenção a qual me fez observá-lo. (Pessoas vêm, Pessoas vão). Vi o quanto ele precisava de um ombro, algo que acalentasse. Vi naquele semblante jovem, a dureza de algo que o atormentava. 

Ele parou de súbito. Escutara a música. Pode parecer estranho, mas algo começara a mudar no semblante dele. O Jovem era alguém sozinho no meio de uma multidão que continuava passando, a qual a música naquele momento lhe fazia companhia.

Para aquele jovem parar foi a melhor escolha; desviar do caminho da saída fora seu acerto do dia. Antes queria ir para casa, era visível. Contudo, ali era o lugar onde se sentiu acolhido pela música que soava uma melodia conhecida, simples, romântica. Depois de alguns instantes, vi que outras pessoas se juntaram a ele. Pessoas que ele nunca tinha visto. Vi que sentia interiormente fazendo parte de uma festa, a qual entrou de penetra e tornou-se bem vindo!

De um momento para outro o coração se entristece. Uma palavra dita de mau jeito fere, degrada. Ninguém ver, mas dói. É tanto vai e vem. Quem pararia para observar um coração que passa? São tantas preocupações, tantos trabalhos, tantos rebuliços... Quem seria o louco a se esforçar para ouvir o que tem a falar uma boca que diz o que tal precioso coração pede para dizer? 

A música naquele dia decidiu dar um crédito àquele jovem. Foi à única que se preocupou a dizer algo que acalmasse o seu coração, que lhe oferecesse paz. Ela não o escutou, mas disse a ele o que tinha que dizer.

Quando parei a observar aquele jovem deixei de ser tão “eu” um pouco. Vi o outro como se fosse Eu. Tentei entender o que ele vive, senti o que ele sente. Tenta ajudar. A fundo não sei se conseguir. Mas sabia que naquele coração havia uma grande semente de tristeza, que no fim floresceu, naquele momento. Nascendo uma gigante semente de força, um gigante aprendizado. Vi algo grande nascer, naquele sorriso brilhante e esperançoso.

Nunca mais se é o mesmo depois de viver isto.

As pessoas continuam passando, O jovem vai indo, outras pessoas vêm, outras tantas vão. Eu continuo indo e vindo a observar aquilo que ninguém quer parar e ver. 

Por Jônatas Miranda Amaral

Comentários

  1. Gostei muito da crônica, ainda mais com um tema tão do nosso dia-a-dia, a correria diária faz com que não prestemos atenção aos próximos à nós, e as vezes nem à nós mesmos. Muito bom, parabéns!
    Beijos,
    www.tesouroliterario.com

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