[ #OSCAR2013 ] “Django Livre”, Vida, Liberdade e Sede de Vingança.


O trabalho do diretor Quentin Tarantino sempre despertou a curiosidade dos especialistas em cinema, amantes da 7º arte e muitos telespectadores mundo afora, tanto é que qualquer novidade sobre uma nova produção do “cara” cria-se certo alvoroço nos sites de cinema.

Em “Django Livre” (Django Unchained, Columbia Pictures, 2012-2013), 8º produção do diretor, encontramos tudo o que de melhor pode-se esperar de um filme de ação, tudo o que Tarantino sabe fazer de melhor, em um roteiro fantástico.

Django (Jamie Foxx) é um escravo negro liberto que, sob a tutela do Dr. King Schultz (Christoph Waltz), torna-se também um caçador de recompensar e parte para encontrar e libertar a sua esposa das garras de Monsieur Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), charmoso e inescrupuloso proprietário da Candyland, casa no Mississippi onde escravas são negociadas como objetos sexuais e escravos são colocados pra lutar entre si.

“Django” se passa alguns anos antes da Guerra Civil americana, tem todo um ar de faroeste; E o que o torna ainda mais interessante é que o diretor busca, com todas as forças, dar novos ares ao gênero. Temos os antigos clichês, contudo mesmo eles parecem renovados, inéditos. Além de que, Tarantino põe, e não poderia deixar de colocar as características que fazem dele e de seus filmes obras espetaculares.

A violência e a vingança são sempre elementos importantes na obra do diretor. Aqui as cenas de ação, violência e tortura são sensacionais, não me entendam como defensor da violência e nem que eu queira admitir que ela seja algo bom, mesmo no cinema, Porém a violência sempre foi algo que acompanhou a sociedade (infelizmente!), e o filme retrata justamente essa enorme crueldade aos negros na época, e isso nos faz termos cada vez mais asco e ódio de tais atitudes seja no filme, seja na vida real. Tanto é que, em determinados momentos de violência aos “caras pálidas” a agressão gerada na tela por Tarantino, por incrível que seja, é incrível e justa aos olhos, que não minha opinião é um dos pontos altos da produção.

Ainda neste ponto, Tarantino em seu roteiro e direção justifica cada cena de ação e violência, nada estar ali por acaso.

Outras qualidades de “Django Livre” são: A previsibilidade e a Imprevisibilidade. Enquanto acompanhamos sequências que já, de alguma forma, sabemos como será o desfecho, temos outros (sendo a maioria) que você aguarda uma morte, por exemplo, e você é surpreendido por uma tortura e uma fuga espetacular. Ser previsível e imprevisível em um filme de Tarantino é algo espetacular.

O home é um espécime que vez ou outra olha para o passado para entender o futuro, ou simplesmente estuda o tempo pretérito por curiosidade ou traçar uma linha evolutiva. Ao assistir este filme olhamos para o passado de uma sociedade e seus costumes e percebemos o quanto ela mudou em diversos pontos, o Dr. Shutz representa aqui um homem a andar um passo a frente da sociedade. Além disso, percebemos que em outros quesitos o homem continua o mesmo: Ganância é um deles.


Pesquisando um pouco a relação dos primeiros atores cotados para os papeis, percebemos que a escolha pelos que brilham no filme foi algo a ser aplaudido de pé.

Não há uma atuação que seja, que se encontre abaixo do excelente: dos protagonistas aos figurantes. Exatamente todos apresentam um trabalho digno de aplausos e prêmios.

Jamie Foxx (Django Livre), que já ganhou um Oscar pelo filme Ray em 2005, fez de Django um personagem memorável, fantástico. Uma atuação Brilhante.


Christoph Waltz, outro gigante do cinema foi premiadíssimo pelo seu Dr. Shutz, ganhando o prêmio de melhor ator coadjuvante no Oscar, Globo de Ouro e Bafta. Watz deu ao Dr. Shutz uma naturalidade: Humana, cômica, dramática. Cada fala é dita com tanta destreza que não importa o que esteja acontecendo você quer ouvir. Particularmente, ele tornou-se um dos meus personagens do cinema favoritos.

Leonardo DiCaprio interpreta Calvin Candie. Sou um pouco suspeito para falar sobre ele, por ser um dos meus atores favoritos, contudo temos que ser justos: DiCaprio faz uma das suas melhores atuações na carreira. O Olhar de Candie já diz tudo: toda curiosidade ao ver um negro com atitude tão diferente, a audácia e lábia do Dr. Shutz e sua proposta indecente de 12 mil dólares. Leonardo DiCaprio coloca no personagem uma comicidade que soa ao mesmo tempo irônica e perigosa, verdadeiramente como uma cobra.

Samuel L. Jackson (Stephen), Kerry Washington (Broomhilda Von Shalf) Laura Cayouette (Lara Lee) , Nichole Galicia (Sheba) , Dennis Christopher (Leonilde Mugoy) James Remar (Butch Pooch), cada um desses destacam-se. É impossível que os mesmo entrem e saiam sem serem notados.

A trilha sonora é um mistura do clássico faroeste, com o pop, rock, e R&B, é impressionante a inteligência e a criatividade desta trilha durante a produção.
A cena que nos prepara para o Grand Finale é espetacular. Reúne todos esses atores em uma sala de estar em um embate inteligente de discursos, e logo depois com força bruta por toda a casa. Para mim, como amante de cinema, uma das mais bem feitas sequências já produzidas, ouso dizer que chega a ser clássica.

E não é a única. O filme apresenta cenas lindas, com uma fotografia digna da indicação ao Oscar.

“Django Livre” ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original, por ser um filme que conseguiu ser inteligente, ousado, cheio de referências à filmes, literatura e ser em cerca de 2h30min um filme que te prende e agarra até o último ato de Django no filme, na linda fazendo de Candyland.

“Django Livre” é um filme surpreendente, que merece ser assistido e reassistido por várias gerações, enquanto Django “for livre e tiver uma arma”.



Por Jônatas Amaral

Estamos no segundo semestre de 2013, muitos meses depois da divulgação e da cerimônia que premiou os melhores do cinema em 2012. Porém só agora trazemos ao blog as resenhas dos 9 filmes indicados ao Oscar 2013:
- Django Livre (01/09)
- Os Miseráveis (08/09)
- Indomável Sonhadora (15/09)
- O Lado Bom da Vida (22/09)
- A Hora mais Escura (29/09)
- Lincoln (06/10)
- Amor ( 20/10)
- As Aventuras de Pi (27/10)
- Argo (03/11) 
O cinema é uma arte que atravessa gerações. Não importa o ano que alguém decidir escrever uma resenha sobre estes filmes, será tão importantes e atuais quanto como se tivessem escritas na época da estreia.
Foi a primeira vez que conseguir ter contato com todos os filmes indicados à uma edição do Oscar, logo, esta tag é uma realização, assim como um deságio como resenhista, cinéfilo, leitor e escritor.
Durante 9 domingos vocês poderão conferir as resenhas, e durante a semana: curiosidades e vídeos de cada filme que merecidamente chegarão a ser indicados ao #OSCAR2013.

Comentários

  1. Nunca vi os filmes dele, acredita? =s

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    1. sério?
      Então, Django Livre será um ótimo filme para começar a conhecer o trabalho desse diretor.
      Aconselho também Bastardos Inglórios.

      Abraços Camila!

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  2. Bah, ainda quero assistir esse filme e nossa, pelo seu post (maravilhoso, por sinal) fiquei mais curiosa ainda. Não conheço muito de Tarantino, só vi Bastardos Inglórios e gostei MUITO, acho que Django também vai me agradar *O* E claro, tem DiCaprio, já tem 80% de chance de me agradar, dou 20% de créditos aos outros atores e ao filme em si. haha' ;}

    Quero ler todos os posts sobre todos os filmes, inclusive O lado bom da vida *_______________________________________*

    Beijos <3

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    1. ^_^ Obrigado Jeniffer!

      Leornardo DiCaprio é um atorzaço!
      E tem uma boa percentagem na qualidade deste filme de fato.
      "O Lado Bom da Vida" que estou ansioso por escrever, pode aguardar, tanto do filme quanto do livro. ;)


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